terça-feira, 8 de novembro de 2011

Grécia em frangalhos


 

A crise que asfixia a Grécia começa a atormentar a economia européia como um todo. Agora, os reflexos da falida economia grega preocupam o mundo. Abala a Itália, terceira economia da Zona do Euro e bola da vez na crise, e o primeiro-ministro Silvio Berlusconi viu-se obrigado a pagar os mais altos juros da dívida pública desde 1997, para tentar manter-se no poder. E não é só. Caso se confirmem as expectativas de endividamento do país, a Itália não se sustentará e, em breve, de promissora economicamente, se verá em rota de colisão com a falência generalizada. Falência econômica, política e moral, uma vez que a estabilização da sua economia parece depender da permanência ou não do seu primeiro-ministro. O certo é que a “bota” terá dificuldades para sair do atoleiro.
Na Grécia, a situação é um tanto quanto pior. Nem mesmo a renúncia do primeiro-ministro George Papandreou e a imediata instalação de um governo de união nacional, bem como o anúncio de eleições nacionais para 19 de fevereiro, foram suficientes para acalmar a população e os credores. A recessão continua forte e as exigências para que o país receba ajuda financeira são drásticas e poderão levar a uma convulsão social. As medidas de austeridade financeira deverão atingir em cheio os salários e as aposentadorias e, ainda, a demissão de funcionários públicos e o aumento de impostos.
O desemprego já chega a 20% da população economicamente ativa e o arrocho exigido aumentará esse percentual fazendo com que se eleve o custo social para o enfrentamento da crise. A criação de novos impostos e a elevação de outros, inclusive no segmento alimentação, não foram suficientes para amenizar a crise grega. A desnutrição já é fato entre crianças e adultos. Falta comida; teto; remédio e, em breve, faltará cidadania e dignidade ao povo grego.
As drogas ilícitas são outro motivo de preocupação face à falta de controle e prevenção. O crescente consumo de drogas injetáveis e a deterioração das condições de saúde podem resultar em colapso dos programas sociais, como os de troca de seringas para viciados em drogas. Soma-se também a isso o aumento do índice de prostituição nas principais cidades gregas.
Não é uma crise somente político-financeira da Grécia. É uma crise que se não tratada com seriedade pela comunidade internacional e pelos organismos específicos poderá trazer conseqüências trágicas para a humanidade, reduzindo, inclusive, os níveis de civilidade. 

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