quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Azul da cor do mar

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil  
Em um Plenário vazio o senador Paulo Paim (PT-RS), discursava hoje para gatos pingados presentes à galeria e mais sete servidores legislativos, entre eles assessores e segurança, que cumpriam a sua lida diária.
Onde estavam os senhores Senadores da República na tarde de hoje?
“Esgotados” pelo enorme esforço na votação do “aberto ou fechado” voto sobre a traquinagem do senador Delcídio Amaral (PT-MS)?
Talvez, recolhidos a confabular sobre o cesto de ovos em que está se tornando a vida parlamentar diante de denúncias e investigações.  Não acredito nesta hipótese.
            A grande maioria se acha acima de qualquer suspeita e se encouraça nas prerrogativas que lhes garantem imunidades material e formal, aliadas ao foro privilegiado, além de outras prerrogativas de menor simbologia.
Com salário e vantagens os rendimentos de um Senador ultrapassam os R$ 100 mil mensais, complementados por mais cinco trechos de passagens aéreas por mês entre a capital do Estado que representa e Brasília.
Em um país aonde o salário mínimo – remuneração de um terço da população brasileira – não chega aos R$ 800, é ultrajante e vergonhoso remunerar representantes do povo com rendimentos que os distanciam dos seus representados.  
Uma Constituinte específica para rever regras da Carta de 1988, entre elas a composição do Congresso Nacional em suas duas casas, sem que os constituintes pudessem concorrer nas eleições seguintes, talvez pusesse fim a tamanho abuso, ou seja, 81 Senadores e 513 Deputados Federais.
Não é difícil imaginar a economia para o erário a redução do Senado para um terço da sua atual composição, passando a representação de um Senador por ente federado e, consequentemente, diminuindo a sua composição para 27 Senadores. Tal medida se implementada na Câmara dos Deputados, considerando o princípio da proporcionalidade, poderia reduzir a sua composição para 343 Deputados. E só isto, representaria uma economia da ordem de R$ 30 milhões/mês ou R$ 390 milhões/ano. Com estes recursos seria possível, em quatro anos, construir, equipar e manter funcionando cerca de 550 escolas e creches com cerca de 170 mil vagas.
Certamente, vale a pena sonhar! Mas daí a acontecer, há uma distância de castas que, dificilmente, será vencida.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

A morte e a vida eterna

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil
A antítese da morte esbarra na tese que a vida é eterna. Mas como é eterna, se é eterna somente enquanto dura?

Da vida terrena temos apenas uma certeza: a morte! O resto... são apenas hipóteses.

Divago por horas sobre trechos do evangelho escrito por João do qual pinço "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".

Como cristão acredito que a vida é eterna, embora haja a morte como uma estação no meio do percurso. E se nessa estação os destinos forem distintos? Nem pensar!

Mas a morte não é a passagem desta para a outra vida? 

Então, uma vida é uma vida, e a outra é outra vida. Se assim não for, só para exemplificar, imagina a confusão de Tonho, folclórico carnavalesco e boêmio de todos os garimpos, bibocas e zonas, ao encontrar suas duas legítimas esposas e as três manteúdas que o antecederam no desembarque e o esperam para a vida eterna?

- Ahh... não é assim – diriam alguns com conhecimentos teológicos – lá, não há sentimentos terrenos e todos que ali chegam vivem fraternalmente e em oração.

Pode até ser assim. Mas se não for, os anjos encarregados da disciplina – inexiste local e modo de vida que a dispense – terão que se desdobrar para colocar as coisas nos eixos.