Começando este blog não poderia deixar de abordar dois assuntos que foram destaques recentes na mídia: a recusa de Muricy Ramalho em aceitar ser técnico da Seleção Brasileira e o trabalho do juiz Iasin Ahmed, titular da Vara de Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a maior vara do gênero no País.
O cavalo não passa selado duas vezes na mesma porta! Diriam àqueles que não acreditam na competência profissional e vêem a casualidade como condicionante no dia a dia do ser humano. Esquecem que existem princípios, valores e lições que dependem do homem para se perpetuar. Vivemos, ainda hoje, observando princípios, valores e lições helênicas que os séculos e as revoluções humanísticas não conseguiram menosprezar.
É comum nestes tempos de campanha eleitoral ouvir de postulantes aos cargos eletivos menções sobre ética. O homem é ou não é ético. Não existe meio termo.
A recusa de Muricy Ramalho denota o quanto – apesar do meio profissional – leva a sério os seus compromissos trabalhistas. Torço para que haja reciprocidade do clube para com ele e que os insucessos, comuns ao futebol, não sejam determinantes para o descumprimento unilateral do vínculo trabalhista.
Se o mais alto posto de comando do futebol brasileiro foi colocado em segundo plano por Muricy para que pudesse cumprir um compromisso firmado anteriormente com o Fluminense é porque ele acredita em princípios e valores e quer deixar este legado às gerações futuras.
Eu fiquei mais fã do ranzinza Muricy Ramalho.
Atitude sem a toga
Pela nova lei a criança acolhida institucionalmente em um abrigo mantido pelo estado terá o prazo de dois anos para que ocorra o seu acolhimento por uma família. Caso contrário deverá retornar para o seu núcleo familiar. Retornar para a sua família? Que família? O legislador cometeu um grave equívoco. Com raríssimas exceções a criança acolhida tem família e, quando tem, a mesma é eivada de sérios deslizes de conduta e de desajustes, o que a torna incapaz para formar cidadãos.
Em São Paulo o juiz Iasin Ahmed, titular da Vara de Infância e da Juventude do TJSP, responsável pelos processos de adoção de aproximadamente l.000 crianças, faz do seu mister um papel de paizão. Visita periodicamente os quarenta abrigos, localizados na Zona Sul da capital, mantidos pelo Estado e afetos à sua competência. Inspeciona desde a limpeza geral dos ambientes até os gêneros alimentícios – inclusive o acondicionamento e a temperatura; e faz questão de conversar com as crianças criando uma relação de confiança.
- Se eu tivesse muito dinheiro eu ia ter uma casa enorme e acolheria todas as crianças...
Atitudes como esta são dignas de ser copiadas!
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