segunda-feira, 30 de julho de 2012

Sarah Menezes: da Chapada do Corisco para o mundo


Impossível não replicar o artigo do jornalista José Antônio Lima publicado no portal Esporte Fino e replicado na Carta Capital.

Impossível, pela essência e, especialmente, pelo conteúdo do seu último parágrafo. 

Há muito, Sarah Menezes vem competindo e fazendo história e ao derrotar, no último sábado, a romena Alina Dumitru fechou o dia que começou com três vitórias, na parte da manhã,  em cima das representantes vietnamita, francesa, chinesa e à tarde sobre a representante belga.




Sarah Menezes: algo está dando certo no esporte brasileiro*
 José Antonio Lima

A medalha de ouro conquistada por Sarah Menezes  em Londres 2012 é importante por vários motivos. É a primeira do judô feminino, a terceira do judô em geral, e a segunda de mulheres brasileiras em esportes individuais. Mais do que isso, a medalha de Sarah é reflexo de um Brasil que dá certo.
Como mostraram posts desta semana aqui no Esporte Fino, a medalha de Sarah não foi uma surpresa. Ela chegou como uma das favoritas, se superou quando mais precisava e conquistou o ouro. Parecia, não uma brasileira, mas uma atleta dos Estados Unidos. No pódio, estava claramente feliz, mas não tinha aquela alegria quase desesperada de quem luta “contra tudo e contra todos”, como estamos acostumados. Sarah, aos 22 anos, faz faculdade, tem boa estrutura para treinar, tem três patrocínios privados e recebe o Bolsa Atleta, do governo federal. Tudo o que sempre exigimos.
Isso não é para dizer que está tudo bem no esporte brasileiro. Não está. Como mostrou reportagem do colega Fernando Vives na edição atual da revista Carta Capital, há muito por fazer. O foco hoje está no alto nível, enquanto o esporte escolar, de onde sairão os futuros campeões, é precário. Isso é reflexo do vergonhoso estado da educação como um todo no Brasil, um problema ao qual os governos deveriam dedicar muito mais atenção.
É preciso reconhecer, no entanto, que há esportes “dando certo”, como é o caso do judô. O trabalho vem melhorando a cada ano, os bons resultados se acumulam e a prova disso é o fato de o Brasil chegar a Londres com uma seleção completa, num esporte que rende até 14 medalhas, e com chances de conquistar muitas delas.
Se os judocas brasileiros vão conseguir isso daqui pra frente é, como deveria ser sempre, uma questão esportiva, e não política ou sociológica. A vitória de Sarah não deixa espaço para pautas como “o drama do nordestino”, o “drama da mulher” ou o “drama do esportista sem apoio que ganha apesar de tudo”. Aos poucos (mais devagar do que eu gostaria, é preciso dizer), vamos rompendo a lógica dramática do nosso esporte. Sarah é mulher, é nordestina, e é uma esportista brasileira. Ela foi campeã olímpica assim, e não apesar de tudo isso.

*Matéria originalmente publicada no site Esporte Fino

Um comentário:

  1. Superação.A magia do talento.

    Recita da Sarah,o poder da mágica.

    Sem apoio vou treinar para
    "ir rompendo a lógica dramática"

    Ter patrocínio e tudo "o que exigimos"
    Educação,Determinação e Raça,
    Para desbravar todas as etapas.

    Isto é Superação.A magia do talento que...
    Só é edificada quando a atenção...
    Aos valores do coração é a principal questão.

    Para está lá e ,como muito treino,ficar entre os melhores.
    A recita para abraçar essa sorte...

    É treinar,treinar,treinar.

    Abraços seu primo:Diogo Rocha Braga

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